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Antipoético
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28 de dezembro de 2014
Contigo a vida é leve, é linda, nada complica. Tudo é simples - menos, claro, as nossas fantasias tão sofisticadas.
Em duas vidas diferentes a gente vai criando a nossa área de interseção, onde visitas externas não são bem vindas. É a nossa dimensão, o nosso ponto de fuga pra fugir do mundo. E é nesse cantinho que, aos poucos, tenho encontrado a minha zona de conforto. Não tem dor. É quente e aconchegante essa bolha. Há sorrisos, gargalhadas, uma gentileza mútua. São olhos psicopatas que outrora me diriam ser perigoso andar por um terreno de alto risco, mas eu arrisco, sabendo que é seguro. E nessa segurança eu salto de lugares altos, pulo de cabeça, cometo as loucuras que me dão na telha, sem rédeas, sem julgamentos e sem crises porque, de forma tão improvável, é bem você ali ao lado. Além disso, em uma fase tão difícil você foi o adulto que segurou a minha mão. Não me perguntou nada, apenas me levou e me mostrou a sua vibe, diferente de tudo que já vi...e eu percebi que também poderia ser assim. Foi você que me salvou daquela angústia que comia os meus órgãos internos. Por isso, e por mais nada além disso, você já valeu a pena. Todo o resto tem sido apenas uma grata surpresa. Percebi que, se é triste ver um amor acabando aos poucos, é incrivelmente feliz ver ele ir nascendo devagar, no silêncio de nossa convivencia, no som gostoso da nossa risada em comunhão. Você é um anjo, apesar dos olhos de capeta. E amanhã, quando tudo complicar, vou me lembrar do bem que você me fez. Mas tomara que não haja amanhã para que a gente possa ser sempre hoje, assim, de leve. |