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Antipoético
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29 de novembro de 2014
Caio F. Abreu teria as palavras certas para esse momento. “Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra”.
Mas não é só isso. É o dia a dia surpreendendo nas tantas semelhanças com minhas esquisitices, pois não há pessoa sequer no mundo que, ouvindo apenas a batida inicial, saiba cantar "Escrevi pra você, mas você não respondeu, também não respondi quando você me escreveu. Anotei seu telefone num pedaço de papel, calculei seu ascendente no recibo do aluguel..." Aí depois essa coisa de falar em voz alta sobre calcular um ascendente num recibo de aluguel, lendo meu pensamento desde que conheci essa música. Depois teve também aquela música do RPM super desconhecida das pessoas médias, aquela que Paulo Ricardo fez para Luciana Vendramini e que eu era criança e me impressionei. Nunca conheci ninguém que conhecesse, então ela virou uma música particular no meu rol de músicas particulares. Havia uma comunhão ali, uma conexão mental... Já em casa, na garagem, desliguei o carro e recostei minha cabeça um minuto enquanto pensava: o nome, a cor da pele, a cor do cabelo. Era igual. Era talvez a personificação de uma imagem mental antiga. Mas com minha idade eu já sou cética demais para acreditar em coisas sobrenaturais...isso teria me impressionado a uns bons anos atrás. Dores de cabeça, dias de preguiça, sono sem fim, letargia...me vejo no espelho 12 anos mais velha. Dou um suspiro porque sou esquisita, mas também sou humana. |